Se você considera entrar em uma universidade pública em 2024, deve estar treinando bastante a redação do Enem, certo? Afinal, essa é a única área de conhecimentos da prova em que é possível obter pontuação máxima.

Além disso, ela serve como critério de desempate para diversos programas, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil (Fies).

No entanto, segundo dados do Inep, apenas 19 participantes conseguiram alcançar a nota máxima de 1000 pontos, dentre os mais de 2 milhões de candidatos. Por outro lado, quase 90 mil participantes zeraram a pontuação.

Sabemos que a redação do Enem não é algo simples, mas com os argumentos adequados, é possível garantir uma boa nota, que pode fazer toda a diferença na conquista da vaga na universidade dos seus sonhos.

Continue a leitura deste artigo e descubra como utilizar os relatórios da ONU para se sair bem na redação e se tornar um dos candidatos com nota máxima em 2023. Acompanhe!

O que é o IPCC, divulgado pela ONU

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é formado pela ONU e reúne um grupo de cientistas para monitorar e estudar as mudanças climáticas em nosso planeta.

Sua tarefa principal é produzir relatórios que abordam diferentes aspectos desse assunto crucial para o nosso futuro.

Recentemente, o painel divulgou seu sexto relatório de síntese, intitulado “Mudança Climática 2023”. O relatório reúne informações atualizadas sobre:

• descobertas científicas recentes;

• ameaças que já estamos enfrentando;

• medidas necessárias para limitar o aumento da temperatura global.

O principal destaque desse relatório é a urgência de adotarmos ações mais ambiciosas para garantir um futuro sustentável e habitável para as próximas gerações.

O documento também enfatiza a importância de investir em ações climáticas efetivas, pois isso não apenas reduzirá os danos causados à natureza e à população, mas também trará benefícios significativos para o bem-estar das futuras gerações.

Em outras palavras, o relatório do IPCC nos alerta para a necessidade de tomarmos medidas concretas e imediatas para enfrentar as mudanças do clima.

Essas ações podem envolver desde a diminuição das emissões de gases poluentes até a implementação de políticas e tecnologias sustentáveis.

Dados importantes extraídos do relatório

Confira alguns pontos relevantes desse documento:

• Desde 1970, houve um aumento dramático na temperatura global em comparação com qualquer outro período nos últimos 2 mil anos.
• As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera atingiram níveis sem precedentes nos últimos 2 milhões de anos.
• Para mitigar os efeitos prejudiciais do aquecimento global, é crucial que o mundo reduza as emissões de CO₂ pela metade até 2030, conforme estabelecido no Acordo de Paris de 2015. O objetivo desse acordo é limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
• A principal causa do aquecimento global é o uso de combustíveis fósseis, o qual precisa ser urgentemente reduzido.
• Os investimentos atuais para enfrentar as mudanças climáticas são insuficientes e devem ser aumentados.
• Caso o aquecimento global continue entre 2 °C e 3 °C, as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica Ocidental serão praticamente perdidas de forma irreversível.
• A dependência dos combustíveis fósseis é ainda predominante, representando mais de 80% da energia mundial e sendo responsáveis por 75% da poluição causada pelo homem no planeta.
• A distribuição das emissões de carbono revela uma desigualdade significativa, em que cerca de 10% da população global é responsável por 34% a 45% dessas emissões decorrentes do consumo de bens e serviços, enquanto 50% da população contribui com apenas 13% a 15%.
• É importante ressaltar que quase metade da população global reside em regiões altamente vulneráveis às mudanças climáticas. Nessas áreas, nas últimas décadas, as mortes causadas por enchentes, secas e tempestades foram 15 vezes maiores em comparação com regiões menos expostas.
• Infelizmente, os indivíduos nascidos em 2020 podem enfrentar impactos severos das mudanças climáticas no final do século, incluindo migração forçada, desnutrição, escassez de água, diminuição da produtividade agrícola, aumento de doenças transmitidas por animais e até problemas de saúde mental.

A relação do IPCC com a redação do Enem

A proposta de redação do Enem, e até mesmo outros vestibulares, geralmente, envolve temas atuais e relevantes para a sociedade, desafiando os candidatos a refletir sobre questões sociais, culturais, científicas e políticas. É aí que entra o IPCC.

Ele é extremamente relevante para a sociedade porque nos ajuda a entender a gravidade das mudanças climáticas, suas causas e consequências.

Agora você pode estar se perguntando: qual é a relação entre o IPCC e o Enem? As questões abordadas pelo IPCC são justamente os temas atuais e relevantes que podem embasar argumentos de temas relacionados a:

• desmatamento e suas consequências;
• importância da preservação dos recursos hídricos;
• impactos da poluição do ar nas cidades;
• relação entre o consumo sustentável e a preservação ambiental;
• alternativas de energia limpa e renovável;
• problemática do lixo e a necessidade de reciclagem;
• conservação da biodiversidade e a proteção das espécies ameaçadas;
• relação entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental;
• mudanças climáticas e seus efeitos no planeta
• conscientização e o papel da educação ambiental na sociedade.

Além desses, existem muitos outros temas relacionados à vida em sociedade. Portanto, saber mais a fundo sobre o IPCC enriquece seus argumentos e embasa suas opiniões na hora de escrever a redação do Enem.

Além disso, compreender a relevância do IPCC também demonstra sua consciência cidadã e engajamento com questões globais, características valorizadas pelos avaliadores do Enem.

Ou seja, estar por dentro das pesquisas e recomendações do IPCC é uma ótima maneira de se preparar para a prova, desenvolver sua argumentação e mostrar que você está antenado com os problemas do mundo em que vivemos.

Como utilizar os relatórios da ONU para fundamentar ideias e opiniões na construção do texto argumentativo

Ao construir um texto argumentativo, é essencial utilizar argumentos sólidos e embasados para fortalecer as ideias e opiniões.

Uma excelente fonte de embasamento são os relatórios da ONU, como o do IPCC. Eles fornecem dados e análises abrangentes sobre diversos temas, são reconhecidos internacionalmente e conseguem respaldar as afirmações.

Nesse sentido, os relatórios podem ser utilizados em diferentes tipos de argumentação. Um deles é o de autoridade, em que a credibilidade e o conhecimento de especialistas, como os cientistas envolvidos nos relatórios da ONU, servem de apoio para a construção do argumento com informações confiáveis e respaldadas por especialistas renomados.

Outro tipo de argumento é o de comprovação. Nesse tipo, utilizamos fatos e dados para sustentar nossa posição. O IPCC, por exemplo, fornece uma gama de informações e estatísticas que podem ser utilizadas para embasar nossos pontos de vista. Podemos citar:

• estatísticas sobre o aumento da temperatura global;
• concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera;
• impactos das mudanças climáticas em diferentes regiões do mundo.

Além disso, os relatórios da ONU também oferecem propostas de soluções e intervenções para lidar com as mudanças climáticas.

Portanto, podemos mencionar essas soluções, como o conceito de “desenvolvimento resiliente ao clima” proposto pelo IPCC, que combina ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa com medidas de adaptação.

Ao apresentar essas propostas como soluções viáveis para o problema, fortalecemos nosso argumento e demonstramos que existem caminhos realistas para enfrentar as mudanças climáticas.

Agora que você sabe como utilizar os relatórios da ONU para embasar sua redação do Enem, acompanhe a Crescer Sempre nas redes sociais para se manter informado sobre assuntos relevantes relacionados à educação, cidadania e qualidade educacional. Assim, você poderá compor um repertório argumentativo rico e fundamentado! Estamos no Instagram, Facebook e LinkedIn.