20 | 11 | 2024
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Ao pensar no desenvolvimento de relacionamentos saudáveis, a Comunicação Não-Violenta (CNV) se torna uma ferramenta essencial — inclusive nas relações familiares. Porém, o conceito ainda é alvo de muitas dúvidas e, em alguns casos, não é conhecido pelas famílias.
Assim, se torna importante aprender sobre o assunto, entendendo de que se trata essa comunicação, como ela funciona e de que maneira ela pode ser aplicada no relacionamento entre pais e filhos.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo com as principais informações a respeito da Comunicação Não-Violenta para você aplicar essa técnica no seu dia a dia. Confira!
Também conhecida pela sigla CNV, essa é uma ferramenta voltada ao desenvolvimento de relacionamentos mais empáticos e compreensivos. Para tanto, ela foca no entendimento das necessidades de cada ser humano.
A CNV é resultado das pesquisas de Marshall Rosenberg, um psicólogo estadunidense que desenvolveu estudos para identificar as raízes da violência. Assim, ele buscava encontrar meios de trabalhar a resistência não-violenta para transformar a realidade.
Na prática, o conceito tem aplicação ampla: é disseminado em diversos países, englobando mediações de conflitos, justiça restaurativa, organizações não-governamentais e o dia a dia de escolas e empresas de vários setores.
No entanto, a Comunicação Não-Violenta também pode beneficiar as relações familiares, especialmente ao lidar com filhos na adolescência. Isso porque ela envolve a comunicação verbal e não verbal, então inclui escrita, fala, gestos e expressões.
Dessa maneira, a aplicação do conceito consegue trazer maior compaixão e empatia para as conversas, ajudar a fortalecer o relacionamento e melhorar as conexões humanas. Então, considerando as dificuldades que crianças e adolescentes enfrentam em seu desenvolvimento, a abordagem pode ajudá-los e consolidar a relação entre pais e filhos.
Agora que você já aprendeu sobre o que é Comunicação Não-Violenta e por que ela é importante, é hora de aprender como ela funciona. Existem 4 pontos fundamentais que devem ser observados ao aplicá-la. Veja só!
A CNV se torna especialmente relevante diante de situações que geram incômodos. Afinal, é nesses momentos que posturas mais agressivas (ainda que não intencionais) surgem. Portanto, o primeiro ponto é sempre a observação.
A ideia é observar o que está acontecendo, despindo-se de quaisquer preconceitos e juízos de valor. É preciso manter uma visualização ampla para conseguir enxergar melhor a situação e evitar reações inadequadas.
O próximo passo é identificar os sentimentos que surgem diante do que foi observado. Você já parou para avaliar, de fato, o que sente diante de uma discordância do seu filho, por exemplo? Essa etapa parece óbvia, mas ela não costuma fazer parte do dia a dia, então exigirá disciplina.
Entender o que você sente é importante para perceber quais seriam as possíveis ações e interromper práticas que, às vezes, seriam motivadas pelo sentimento errado. Certamente, isso traz maior vulnerabilidade, mas esse também é um passo importante para desenvolver maior empatia.
Após avaliar os sentimentos, é hora de expressar as suas necessidades. Pense no que você precisa diante de determinada situação, pois é comum ter anseios específicos diante de um fato. Contudo, antes de ter atitudes buscando esse objetivo, é importante entendê-los.
Após passar pelas etapas anteriores, é hora de solicitar a realização de ações concretas, com base nos sentimentos e necessidades. Nesse ponto, é fundamental adotar uma linguagem adequada, com tom positivo e empático, pensando em como ela será recebida pelo interlocutor.
Na prática, isso aumenta as chances de que o pedido seja compreendido e realizado corretamente em comparação ao que acontece quando se utiliza uma postura negativa. Também há uma melhora no desenvolvimento da confiança entre as partes.
Ainda, vale destacar que a CNV pode ter outros elementos visando a sua aplicação correta e a construção de relacionamentos mais sólidos e saudáveis, como a aplicação de maior empatia. Ao entender como ela pode ser aplicada com seus filhos, você aprenderá mais sobre essas questões.
Depois de compreender como funciona a Comunicação Não-Violenta e os seus elementos essenciais, é hora de entender como ela pode ser aplicada no relacionamento com os seus filhos. Confira as principais dicas para complementar a adoção dessa estratégia!
Ao aplicar o primeiro passo, é preciso ter um reforço maior para não julgar, especialmente considerando questões moralizadoras e juízos de valor que podem fazer com que você ignore o contexto dos fatos — distorcendo a realidade e potencializando os sentimentos negativos.
Na relação com os filhos, isso pode fazer com que eles deixem de se sentir acolhidos e à vontade para se abrirem sobre os seus problemas e dores no dia a dia. Além do mais, há mais chances de que eles passem a preferir omitir fatos ou tentar resolver questões sozinhos quando a intervenção dos pais seria essencial.
Nesse ponto, também é importante evitar fazer comparações. Os filhos de um casal de amigos, os primos ou, até mesmo, a experiência dos pais na mesma idade não deve ser utilizada como parâmetro: isso cria estereótipos e generalizações que não consideram a realidade do que aconteceu.
Lembre-se de que cada pessoa tem suas características, habilidades e dificuldades, além de oportunidades e dores diferentes. Portanto, os julgamentos e comparações podem atrapalhar a visualização do que está acontecendo, dificultando a comunicação.
Saber ouvir é fundamental. Para isso, é preciso exercitar a empatia, se colocando no lugar dos seus filhos para tentar entender de que forma o relato trouxe impactos para eles. Isso envolve ter compaixão e respeito, além de realmente prestar atenção em tudo o que é dito.
Aproveite o momento para fazer perguntas e entender melhor o que está acontecendo. Ao lidar com adolescentes, pode ser importante também exercitar um pouco mais a tolerância para que eles consigam se expressar.
Se em uma conversa os pais não estiverem dispostos a tentar compreender o que está acontecendo, provavelmente, não será possível chegar a um acordo com seus filhos. Com isso, o conflito dificilmente será resolvido de maneira satisfatória.
Perceba, então, que os 4 passos da Comunicação Não-Violenta não se referem apenas às ações que você toma em relação a si. Eles também englobam a postura que deve ser adotada com seu interlocutor.
Tente também identificar os sentimentos da outra parte durante a comunicação. Entender o que o interlocutor sente é um passo importante para que você consiga lidar da melhor forma com a situação.
Inclusive, isso pode ser feito por meio de questionamentos diretos. Demonstrar essa preocupação não apenas com o que acontece, mas com a maneira como o seu filho se sente, pode abrir caminhos para o desenvolvimento de uma relação mais sólida e com maior confiança.
Porém, tudo isso não significa que você não deve considerar os seus sentimentos e necessidades. As práticas devem ser utilizadas de maneira conjunta, considerando tanto o que você deseja quanto o posicionamento do seu filho diante da situação.
Por fim, saiba como fazer os pedidos corretamente e se preparar para as respostas que podem não se alinhar ao que você espera. Por exemplo, ao pedir que os filhos organizem o quarto ou façam uma tarefa em casa, é comum ouvir negativas e reclamações.
Entretanto, é preciso manter a calma e focar na Comunicação Não-Violenta. Ameaças de castigos, gritos e outras ações do tipo são contrárias à ideia de não violência e podem prejudicar o relacionamento. Então, esse é o momento de encontrar meios de praticar a técnica.
Nesses casos, vale a pena se colocar dentro da ação, explicando o por que ela deve ser feita e demonstrando também os seus sentimentos. Quer um exemplo? Pense em um dia que você precisa que seu filho adolescente lave a louça, mas ele não quer.
Talvez, você possa explicar que nesse dia o trabalho foi muito cansativo e que precisa de ajuda para conseguir terminar de organizar a casa para que todos possam descansar. Ao pedir que ele saia do videogame, vale explicar que, talvez, você queira passar mais tempo em família.
Ou seja, a ideia é promover o diálogo, dando voz para todos e adotando uma postura compreensiva — ainda que seja necessário dar comandos. Com o tempo, ficará mais fácil negociar acordos e responsabilidades com mais facilidade.
Pronto! Agora que você já conhece a Comunicação Não-Violenta, estude mais sobre esse conceito e aplique em sua casa. Essa prática promove melhorias no relacionamento, desenvolvendo maior confiança e proximidade com os filhos.
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