20 | 11 | 2024
Tipos de responsabilidade...
O Novo Ensino Médio altera a Lei de Diretrizes Básicas da Educação. Embora a norma não seja uma novidade, ainda é comum que pais e estudantes tenham dúvidas sobre como as mudanças impactarão as escolas.
O objetivo da lei é elevar a qualidade de ensino do país. Para tanto, a partir de 2022, as regras passam a ser aplicadas nas escolas, mas a implementação será gradual — inicialmente, o novo modelo será aplicado aos alunos do primeiro ano do Ensino Médio.
Você também tem dúvidas sobre o que muda com o Novo Ensino Médio? Então continue a leitura e descubra mais sobre as alterações no sistema de ensino!
Criado pela Lei n.º 13.415/2017, o Novo Ensino Médio é um modelo de aprendizagem desenvolvido para aprimorar o sistema de ensino brasileiro. Nesse caso, ele foca em áreas de conhecimento, já considerando os interesses do estudante em relação a sua carreira. Inclusive, ele também permite a escolha do aluno pela formação técnica ou profissional.
Contudo, as decisões também dependerão dos itinerários ofertados em cada escola. Na prática, isso tornará ainda mais importante a análise das instituições por pais e alunos para definir o melhor caminho na construção da jornada profissional e no aprendizado do estudante.
Vale destacar que essa metodologia foi desenvolvida visando atender às necessidades dos adolescentes e jovens. Ao longo dos anos, a sociedade passou por mudanças, especialmente impulsionada pela transformação digital e isso afetou os interesses dos alunos e as formas de aprendizado, exigindo adaptações por parte das instituições de ensino.
Além disso, a escola desempenha um papel essencial no suporte ao aluno quando se trata da construção do seu projeto de vida, pois logo após o Ensino Médio, é preciso escolher a profissão que deseja seguir. Nesse cenário, a mudança curricular permite que o estudante se aproxime mais das matérias com as quais tem afinidade, o que pode auxiliar nas decisões a respeito da carreira.
Para entender o funcionamento do Novo Ensino Médio, é interessante avaliar as principais mudanças separadamente. Dessa maneira, você terá uma visão mais acertada sobre os impactos da metodologia de ensino. Veja só:
Uma das principais mudanças que a lei trouxe é a carga horária. Atualmente, ela é de 2.400 horas, mas passará a ter 3.000 horas no final dos 3 anos do Ensino Médio. Em critérios anuais, a alteração aumenta de 800 para 1.000 horas.
Com isso, surge uma divisão importante em relação ao processo de aprendizagem. Ele terá dois pilares:
A BNCC terá que ser distribuída em até 1.800 horas para os estudantes, enquanto os itinerários formativos deverão ocupar, ao menos, 1.200 horas da grade curricular. Dessa maneira, há certa flexibilidade para que as escolas organizem as aulas e carga horária de cada segmento.
Também é preciso conhecer a BNCC, que trará os parâmetros que devem ser observados pelas escolas públicas e privadas. Ela prevê as disciplinas obrigatórias, que serão cursadas independentemente dos itinerários formativos escolhidos pelos alunos.
Porém, ela já traz uma inovação relevante em relação ao modelo atual: apenas Língua Portuguesa e Matemática serão obrigatórias durante os três anos do Ensino Médio.
Já as demais matérias serão obrigatórias nos primeiros anos para trazer as bases de conhecimento. Veja as disciplinas que compõem a BNCC:
Porém, na segunda parte do Ensino Médio, quando os itinerários formativos forem escolhidos pelos estudantes, eles deixarão de ter contato com todas as matérias para focar nas disciplinas dos itinerários.
Eles consistem em um conjunto de disciplinas, núcleos de estudo, projetos e outras práticas que ficarão disponíveis para os estudantes durante o Ensino Médio.
O diferencial é que, nesse caso, eles escolherão de quais itinerários participar para aprofundar a base de conhecimento ou de formação profissional.
Entenda melhor cada itinerário:
Esse direcionamento aprofunda o aprendizado da:
Portanto, além de aprender conceitos e aplicações práticas, o estudante desenvolverá a visão sobre os impactos dos avanços tecnológicos na sociedade, bem como a sua relevância. Ademais, há um trabalho em relação ao raciocínio, comunicação e argumentação com validação matemática.
O estudo específico de linguagens e suas tecnologias traz um foco para as disciplinas de:
O aprofundamento desse itinerário visa preparar os estudantes para aplicar diferentes linguagens em seus contextos sociais e profissionais.
Para tanto, ele também aprenderá a avaliar questões como interesses, sentimentos e capacidades, tanto intelectuais quanto expressivas. Há, ainda, um foco na questão cultural, com músicas, danças, moda e outros projetos.
Nesse itinerário, o estudante aprofundará os conhecimentos em:
Os estudos terão um foco maior na aplicação dos conceitos no trabalho e em diferentes contextos sociais.
Dessa maneira, é esperado que os alunos desenvolvam habilidades para investigar e discutir situações-problema referentes à essas matérias, inclusive com a capacidade de interpretar e leis, modelos e teorias diversas.
Também é possível direcionar os estudos para matérias como:
Assim, há um foco em temáticas como relações sociais, processos políticos, historicidade do universo e outros assuntos relacionados.
A ideia é que o aluno consiga desenvolver habilidades de diálogo, a adoção de uma cultura ética e o domínio de conceitos e metodologias da área. A partir disso, o estudante poderá elaborar hipóteses e argumentos a partir de pesquisas, considerando fontes confiáveis.
Esse modelo foi criado como uma alternativa ao atual Ensino Médio Técnico. Ela visa a formação humana integral, relacionando o conhecimento técnico e o trabalho com o objetivo de formar trabalhadores plenamente capazes de uma atuação autônoma.
Na prática, o certificado fornecido junto à conclusão do Ensino Médio poderá ser de nível técnico ou profissionalizante, a depender do itinerário específico.
A lei que regulamentou o tema entrou em vigor na data de sua publicação. Mas como a mudança tem impactos em todo o sistema de ensino, o Novo Ensino Médio não foi aplicado de maneira imediata.
Somente em julho de 2021 é que foi publicada uma portaria regulamentando a implementação com um cronograma desenvolvido pelo Ministério da Educação.
O foco foi possibilitar a adoção do novo modelo de maneira gradual, focando nos benefícios a longo prazo e sem sobrecarregar os estudantes em um curto período. Veja o calendário proposto:
Além disso, entre 2022 e 2024 haverá um monitoramento do processo, especialmente em relação aos referenciais curriculares e a formação dos profissionais de educação. O objetivo é garantir o alinhamento de todos os envolvidos no processo de aprendizagem dos estudantes durante a formação escolar.
Sempre que se fala em estudos e aprendizado, é comum pensar no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Ele tem como objetivo avaliar os alunos que estão concluindo os estudos, tanto na rede pública quanto privada. Na prática, os estudantes e pessoas que já concluíram o Ensino Médio podem prestar o exame.
Além disso, ele é utilizado como critério de seleção para estudantes que desejam obter uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). O Enem ainda serve como porta de entrada para diversas universidades do país — muitas delas estaduais e federais.
Portanto, é comum se perguntar como ficará a prova com a nova lei. Certamente o Novo Ensino Médio terá impactos no ENEM devido às mudanças na base curricular. No entanto, ainda não existem regras específicas sobre o assunto — a única questão definida é a data: a prova só precisará estar integralmente adequada às regras em 2024.
Até lá, vale acompanhar as notícias sobre o tema para conferir as mudanças assim que elas forem divulgadas. Também é importante ficar de olho no edital do ENEM, pois ele sempre traz todos os detalhes da prova e é publicado com antecedência para que os estudantes consigam se preparar da melhor maneira para o exame.
Pronto! Conseguiu entender as mudanças do Novo Ensino Médio? Apesar de trazer impactos diretos para os alunos, ele será implementado de maneira gradativa. O processo visa facilitar a adaptação de todos, enquanto promove maior qualidade no ensino dos adolescentes e jovens.
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