5 dicas para incentivar a educação financeira infantil!

Educação familiar
06 | 04 | 2022

Muita gente ainda não sabe, mas a educação financeira infantil está no alvo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Inclusive, o Ministério da Educação (MEC) lançou o Programa Educação Financeira nas Escolas, em 2021. Por que tudo isso? Simples! Esse tema é essencial para melhorar a relação que cada um de nós tem com o dinheiro.

Para ter uma ideia, o Brasil está na 74.ª colocação do ranking global de educação financeira. Mais do que interferir em possíveis investimentos, a falta de conhecimento interfere no dia a dia. Por exemplo, você sabe como usar o cartão de crédito sem se endividar? Ou como a Selic, a taxa básica de juros, influencia na sua vida? Ou, ainda, de que maneira a inflação diminui o seu poder de compra?

Todos esses fatores passam pela educação financeira infantil. Afinal, quando esse assunto é abordado desde quando somos menores, as chances de desenvolvimento e organização são mais elevadas.

Por isso, neste post, vamos explicar melhor o tema e como incentivar essas discussões. Saiba mais.

A ideia da educação financeira infantil

A educação financeira infantil consiste em passar conhecimentos financeiros para crianças, a fim de que elas aprendam a lidar com o dinheiro. O objetivo é que tomem decisões mais conscientes e evitem o comportamento de compras impulsivo.

Para chegar a esse patamar, é preciso ensinar a criança que o dinheiro existe e qual é sua função. Ou seja, mostrar que as coisas são compradas e que é preciso economizar. Ao ter essa noção, a pessoa sabe que precisa se esforçar para conseguir o que deseja e que isso vale para qualquer aspecto da vida.

Isso é muito importante, já que o Brasil tem um grande número de endividados e inadimplentes. Segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil, 75,6% das famílias têm algum débito em aberto. Por exemplo, um financiamento imobiliário ou de veículo, um crediário em alguma loja, um parcelamento no cartão de crédito, etc.

Por sua vez, 26,1% apresentam contas em atraso, isto é, estão inadimplentes. Essas pessoas estão sujeitas a ficarem com o nome sujo. Isso acontece quando elas são inseridas na lista dos órgãos de proteção ao crédito.

A importância de ensinar sobre finanças para as crianças

A educação financeira na infância mostra qual é o real valor do dinheiro. Isso leva à compreensão da relação entre esforço e recompensa. Ou seja, a criança entende que, para conseguir o que deseja, precisa ter disciplina e focar no seu objetivo.

No caso da compra de um produto, entende que precisa economizar e, de preferência, pagar à vista para negociar e conseguir um desconto. Além de aprender as limitações do orçamento da família e a distinguir o que é importante daquilo que é supérfluo.

As vantagens da educação financeira na infância

Como você pôde perceber, existem vários motivos para ensinar sobre finanças às crianças. Esse conhecimento impacta a maturidade adquirida ao longo da vida no que se refere ao dinheiro. Assim, fica mais fácil gastar de forma equilibrada, mantendo o controle sobre o orçamento.

Ainda existem outros benefícios derivados da educação financeira infantil. Os principais são:

Responsabilidade

A criança aprende a gastar o dinheiro com aquilo que importa, evitando gastos desnecessários. Além disso, aprende a dar valor para o que os pais ganham. Portanto, é necessário cumprir o combinado e não dar nenhum valor a mais, caso a quantia seja usada para outra finalidade.

Planejamento

Ao ensinar educação financeira para a criança, ela aprende a planejar as suas finanças. Aos poucos, ela tem noção de como organizar o seu dinheiro e planejar seus gastos, inclusive, ajudando a família.

Autonomia

A independência financeira é um benefício relevante. Como a criança aprende a gastar, ela se torna mais consciente e melhora sua relação com o dinheiro para toda a vida.

5 dicas para incentivar a educação financeira infantil

Agora que você entendeu por que é tão útil ensinar sobre educação financeira para as crianças, que tal conferir algumas dicas para colocar em prática? A seguir, reunimos as melhores.

1. Ensine sobre valores

Aqui, a ideia é explicar que o dinheiro é dividido em moedas e notas, mas que todas elas são importantes. Mostre quais são os valores existentes no Brasil. Por exemplo, notas de R$2, R$5, R$10, etc. Além disso, indique o que cada uma dessas quantias pode comprar.

É o caso de mostrar que um salgadinho custa R$2 ou que a bolinha de gude vale R$1,50. Começar a apresentar essa noção ajuda a criança a entender o que são as finanças na prática e como aproveitar esse conhecimento a seu favor.

2. Estimule a criação de um glossário financeiro

Um glossário é um documento que reúne os principais termos de determinado setor. Ele também traz a explicação dessas palavras. Quando a criança ajuda a elaborá-lo, aprende o significado de várias palavras.

Por exemplo, você pode explicar o que é dinheiro, consumo, compra, notas, orçamento, gastos, economizar e por aí vai. Assim, as coisas acabam ficando mais claras.

3. Indique um cofrinho

O cofrinho é um recurso usado há muito tempo para que as crianças guardem suas moedas e notas. Assim, elas aprendem que aquele hábito é importante, já que podem comprar o que querem mais para frente.

O cofrinho pode ser o tradicional porquinho. Porém, essa também é a oportunidade de fazer uma brincadeira. Como? É só deixar a criança montá-lo do jeito que quiser. Aliás, essa prática é positiva, porque há o envolvimento. Isso aumenta aquela sensação de pertencimento. Ou seja, é mais fácil que o aprendiz queira economizar.

4. Inclua a criança no planejamento financeiro familiar

Engana-se quem pensa que as crianças devem ficar isentas de todas as discussões sobre finanças. Elas devem participar de parte das conversas sobre orçamento familiar. Afinal, fazem parte da casa e precisam se sentir participantes desse processo.

Nem tudo precisa ser falado. Ainda assim, vale a pena explicar como as coisas funcionam. Por exemplo, se a família está com o dinheiro apertado para o mês, diga que é importante economizar e exemplos de como a criança pode ajudar. Por exemplo, evitando comprar doces e guloseimas no mercadinho próximo de casa.

5. Promova brincadeiras divertidas e didáticas sobre finanças

A educação financeira infantil também deve ser ensinada a partir de brincadeiras. Existem várias formas de fazer isso. Algumas delas são: 

  • Mercadinho: coloque alguns produtos para vender, um dinheiro falso e um local para o caixa. É a simulação de uma compra comum, com a diferença de que não há tantas guloseimas;
  • Jogos de tabuleiro: alguns deles ajudam a entender sobre finanças. É o caso do Banco Imobiliário, Monopoly e Jogo da Vida. Qualquer um deles pode servir para esse ensinamento;
  • Desafio dos cofrinhos: tenha 3 cofrinhos e defina um objetivo para cada um deles. Toda a família deve ser envolvida e os pais determinam uma data para abrir e verificar o valor atingido. Assim, é possível ver se a meta foi alcançada;
  • Teste de conhecimento: faça um quiz com perguntas sobre finanças. Inclusive, essa é uma maneira de ensinar matemática de forma divertida;
  • Verdade ou mentira: é um jogo de perguntas ou respostas adaptado para as questões financeiras. Por exemplo: um celular é mais caro do que um carro? Ou um salgadinho é mais barato do que um pacote de arroz?

Tudo isso ajuda a repassar a educação financeira infantil de forma lúdica e divertida. Assim, além do aprendizado, é uma forma da criança saber lidar com o dinheiro por toda a vida. Então, que tal começar?

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